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TERIA JESUS PREGADO NO INFERNO? (1Pedro 3.17-22)

Sermão pregado na Igreja Batista da Tijuca hoje Primeira Igreja Batista no Andaraí – Rio de Janeiro em 16.04.1952


Daremos aqui uma tradução parafraseada no trecho mencionado nessas linhas: "Se for da vontade de Deus que sofrais será realmente preferível sofrer injustamente do que sofrer por merecimento". Lembrai-vos que Cristo sofreu pelos injustos a fim de nos trazer a Deus. Isto custou a morte do seu corpo, mas Ele voltou a vida pelo Espírito. E foi no Espírito que Ele foi e pregou às almas aprisionadas daqueles que tinham sido desobedientes nos dias de Noé, os dias da grande paciência de Deus, durante o período da construção da Arca, na qual eventualmente somente oito almas foram salvas do Dilúvio.

E não posso deixar de aplicar aqui uma ilustração perfeita disto, pela maneira com que tendes sido admitidos na arca cristã pelo batismo, o que significará, naturalmente, muito mais do que a simples lavagem do corpo. Significa a habilidade de enfrentar Deus com uma consciência tranquila. Pois existe em cada batismo genuíno a virtude do Cristo que se levantou dentre os mortos. E ele entrou agora no céu e está à mão direita de Deus, com todos os anjos, autoridades e poderes sujeitos e Ele.


I - ALGUMAS LINHAS DE INTERPRETAÇÃO DESTA PASSAGEM

1. Muitos vêem nela a ida de Jesus no Hades, ao lugar dos mortos para pregar o Evangelho, onde alguns teriam se arrependido. A Igreja Católica ensina claramente que sua ida foi ao Limbo, onde estavam os espíritos não daqueles que haviam inteiramente rejeitado, mas que viriam a aceitar. Outro grupo vê aqui a doutrina da segunda oportunidade ou da restauração. Tomam eles esta passagem em conexão a 1Pedro 4.6. Esta doutrina traz satisfação a muitos, mas levantam algumas dificuldades bem grandes, como podemos ver:

a. Se foi dada oportunidade aos antediluvianos, por que não teria sido dada aos demais que através dos séculos morreram por Cristo? Conforme Lucas 16.23 em diante.

b. Como poderia ter Jesus ido para pregar no Hades ou nos infernos, se Ele havia prometido a um ladrão moribundo encontrá-lo logo no Paraíso? (Lucas 23.43).

c. Como poderíamos entender as palavras de Jesus sobre o destino dos que rejeitam, se houvesse oportunidades de se ouvir o Evangelho depois de morto? João 3.28 - condenado mesmo antes de morrer – (5.24; 8.34-36). O tempo de salvar é agora ou nunca – (2Coríntios 6.2; Hebreus 2.3).


II - ESTUDANDO A PASSAGEM COMO TAL

1. Notemos em primeiro lugar que fala que Ele pregou em espírito, não no corpo.

2. Notemos que pregou aos rebeldes durante o tempo da longanimidade de Deus - conforme Gênesis nos diz que Deus deu o prazo de 120 anos para consertarem - 6.3. Grande tempo para a longanimidade de Deus. Durante este tempo Noé estava pregando tábuas e madeiras. E cada prego era um grito de alerta. Mais que isto, Noé era ele mesmo um pregador do Evangelho, do arrependimento e da salvação – (2Pedro 2.5).

3. Notai que no testemunho de Noé somente oito sobreviveram. E Pedro não diz que ninguém mais tivesse sido salvo depois disto.


III - QUAL O SIGNIFICADO DA PASSAGEM?

1. Os antediluvianos ouviram a mensagem de Cristo através de Noé. É o ensino da passagem de Lucas 16, que já foi lida por nós - 1Pedro 1.11.

2. Os mortos que ouviram o Evangelho serão julgados à luz dessa luz e nada dificulta a significação das palavras de 1Pedro 4.6.

3. Guardemos conosco as responsabilidades que caem sobre nós como crentes no Senhor Jesus. Salvos pela indagação de uma consciência com Deus. Não pela mera água do batismo, mas por aquilo que esta água simboliza em relação ao despojamento da imundícia do corpo.

4. Lembremos mais ainda o poder extraordinário de Jesus nosso Senhor colocado à nossa disposição junto ao trono de Deus.

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