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O EVANGELHO QUE NÓS ANUNCIAMOS (1Coríntios 1.18-24)

Sermão pregado em 02. 10. 1951


Desejo meditar convosco no verso 16 do primeiro capítulo de Romanos. É o grande doutor dos gentios a escrever aos crentes em Roma as palavras candentes deste verso: “Não me envergonho do Evangelho”... Desejo considerar: “Porque não me envergonho dos Evangelhos”.


I - NÃO ME ENVERGONHO DO EVANGELHO PORQUE OUTROS NÃO SE ENVERGONHARAM DELE

1. Seu autor não se envergonhou dele e nem a ele envergonhou. Nasceu em meio adverso e pobre. Não se envergonhou diante do sábio Nicodemos. Não se envergonhou diante de Pilatos ou diante de Herodes, mas diante de todos deu bom testemunho.

2. Dele não se envergonharam Pedro e João. Quando à Porta Formosa do Templo não tinham um níquel para oferecer ao paralítico, não se envergonharam. Antes deram-lhe o poder curador do Mestre amado. Quando em prisões. Açoites, desprezado, maltratados, eles “se alegravam por terem sido julgados dignos de padecer pelo nome do Senhor Jesus” (Atos 5.41). Cada vez que se fala de uma cena de perseguição, fala-se do regozijo de que todos eram oprimidos.

3. Paulo não se envergonhou dele. Paulo não era ignorante. Era doutor. Era formado aos pés do grande Gamaliel. Podia falar o grego tanto quanto o hebraico. Podia discutir filosofia no Areópago de Atenas e discutir o poderio dos Césares de Agripa e Nero. Mas Paulo não se envergonhava do Evangelho. Aqui está seu testemunho (2Corintios 11.24-28).

4. Mas, através dos séculos outros deste Evangelho não se envergonharam. John Wycliff (1328-1384) não se envergonhou dele. Não era ignorante. Era professor em Oxford. Era mestre em línguas. Tradutor da Bíblia. Maltratado chamado a modificar suas crenças diante da igreja papal recusou a fazê-lo. Morreu depois de espalhar a Bíblia. Treze anos depois seus ossos foram exumados e queimados, porque Wycliff não se envergonhou.

5. Jan Hus (1369-1415) não se envergonhou também. E não era ignorante. Era homem culto e preparado. Mestre em artes. Foi nomeado Reitor da Universidade de Praga. Foi tirado do cargo por defender a prática de um evangelho puro e santificado. Foi perseguido, excomungado. Mas Hus não se envergonhou até o dia quando suas cinzas foram lançadas no rio.

6. Martinho Lutero (1483-1546) não se envergonhou. Seu nome foi explorado, acusações terríveis se levantaram contra ele, mas que importa... Ele cita que o homem é justificado pela fé e suportou a afronta. Girolamo Savonarola (1452-1498) foi queimado também, mas não se envergonhou. Por que haveríamos de nos envergonhar deste Evangelho nos dias de hoje? Mais do que nunca tomemos a determinação de pregar este Evangelho, custe o que custar.


II – POR QUE NÃO SE ENVERGONHAR?

1. Porque o Evangelho é poder. Poder é palavra mágica nos dias de hoje. Acabo de ler um artigo no qual se diz que a ciência médica se desenvolveu mais nos últimos 30 anos que nos 30 séculos precedentes (Rider’s Digest – Junho de 1949). A Bomba Atômica acaba de ser descoberta. Seu poder é ilimitado. Ouvi dizer que a bomba lançada sobre Hiroshima está fora de ordem hoje. Uma; milhares de vezes superior já foi descoberta.

2. As descobertas da Ciência não trazem paz nem evitam que os médicos errem. Mas o Evangelho é o poder de Deus. Não é poder político. Não é poder de Cesares. Não é poder da Grécia antiga. Não, não, não. O Evangelho não era o poder do Clero Judaico nos dias de Jesus e Paulo. Não.

3. Poder de Deus. O único poder de Deus. Quando Pedro e João davam seu testemunho as autoridades, ficavam admirados sabendo que eles haviam estado com Jesus (Atos 4.13). Poder transformador. Poder impulsionador.

4. O mal do mundo hoje é o egoísmo. Mas o Evangelho pode até mesmo o egoísmo desfazer, porque desfaz os pecados.


III – ESTE EVANGELHO E ESTE PODER PERTENCEM A TODOS

1. Todo aquele que crê, não todo aquele que sabe, não todo aquele que tem, mas todo aquele que crê.

2. O Apóstolo Paulo usava a linguagem do Salmo para ilustrar a sua própria linguagem “Cri, por isto falei” (2Corintios 4.13). Não ouvi, ou estudei, mas cri. Aceitei a Cristo que morreu pelos meus pecados... Aceitei que Ele ressuscitou dos mortos... Aceitei o seu perdão... Cri e porque creio eu falo... Eu convido os homens a crerem... Eu anuncio, não me envergonho.

Não permitas meu Senhor que me glorie senão na morte do meu Redentor que me salvou.


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