Talvez seja este verso a maior apologia da obra da mulher, dentro os escritos do Velho Testamento. A linguagem une numa só frase duas personalidades inteiramente distintas, mas abençoadas com igual conquista.
I - RAQUEL E LIA NA HISTÓRIA BÍBLICA
1. Dois tipos inteiramente diferentes. Raquel era mais nova das duas, mais bonita, mais amada. Raquel significa "ovelha" e Jacó era, na realidade, o pastor do seu coração.
Raquel teve dois filhos: José e Benjamin. Logo após a morte da esposa amada, Jacó mandou construir um túmulo e colocou ali uma coluna (Gênesis 35.20). Raquel permanecerá para sempre na memória de Jacó como grande amor de sua vida (Gênesis 48.7).
Seiscentos anos depois da morte de Jacó (1Samuel 10.2) nos recorda o fato do seu túmulo ainda ser lembrado. Jeremias se refere a Raquel, o choro de Raquel por seus filhos (Jeremias 31.15).
2. Pensemos agora em Lia. Seu nome significa preocupada. Seus olhos eram baços, sem brilho, segundo a Versão Revista e Atualizada. Raquel era formosa de porte, e Léia triste de semblante (Gênesis 29.17).
Lia deu sete filhos Jacó. Sete dos patriarcas vieram do seu ventre. Dela nasceram Rubem e Judá. Todavia, Jacó não lhe fez um túmulo nem coisa alguma é dita a respeito da sua morte. Apenas sabemos que foi sepultada na caverna Macpela (Gênesis 49.31). Havia uma de Jacó. Raquel era o amor de sua vida. Ele tolerava Lia, mas amava a Raquel.
II - RAQUEL E LIA NA CONSTRUÇÃO DE ISRAEL
1. Raquel e Lia construíram Israel por meio dos seus filhos. Deus deu muito mais a Lia do que a Raquel, mas atendeu também à oração de Raquel. Vale notar que todos os filhos de Lia e de Raquel vieram em virtude de orações que foram feitas a Deus. "Vendo o Senhor que Lia era desprezada, fê-la fecunda" (Gênesis 29.31). Logo depois do nascimento do seu primogênito, Lia orou e disse: "O Senhor atendeu a minha aflição" (Gênesis 29.32). De igual maneira Raquel orou e lutou com o Senhor até que o texto nos diz: ""Lembrou-se Deus de Raquel, ouvi-a e a fez fecunda. Ela concebeu, deu a luz um filho" (Gênesis 30.22-23). Podemos, portanto, dizer que Lia e Raquel foram mulheres que deram valor à oração. Nunca será demais lembrar que Deus ama o crente que ora.
2. Os filhos de Lia e Raquel lhes trouxeram problemas, mas também muito gozo. Filhos sempre trazem dor e alegria. Bem-aventurados os pais que dão aos filhos uma instrução tal que recebem em troca bênçãos e alegrias maiores do que as vigílias das noites de provação.
3. Não fora Lia e Raquel que deram andamento aos planos de Deus, mas os seus filhos. José salvou o Egito e a sua civilização, segundo o plano de Deus. De Judá procedeu Jesus, o Salvador.
4. É evidente que Lia e Raquel amaram a seu marido. Foram boas esposas. Queriam sua companhia.
III - MARAVILHAS DA GRAÇA NESSAS DUAS VIDAS
1. Raquel era bela, mas tinha seus defeitos. Era ciumenta e até irritadiça (Gênesis 30.1). Desprezava a irmã e com ela competia (Gênesis 29.31). Era idólatra e furtou seu pai (Gênesis 31.34).
2. Lia era feia. Era consciente de sua pouca beleza. Lia guardava mágoa de sua irmã. Ela não podia perdoá-la. Há um desabafo um tanto triste: "Achas pouco teres me levado o marido? (Gênesis 30.15).
Deus, no entanto, efetuou maravilhas por meio dessas mulheres, crentes, mas cheias de limitações. E por mais estranho que pareça, Deus trouxe mais bênçãos à linhagem da menos favorecida. Judá foi filho de Lia. Quando abrimos a Bíblia em Mateus 1.2, lemos de Judá, filho de Lia, dentro da linhagem de Jesus. Em Lucas 3.34 volta a aparecer Judá o filho de Lia como membro da descendência direta do Salvador. Jacó soube disto, antes da sua morte: (Gênesis 49.10-11).
Diletos irmãos: Qual será o seu problema? Será que alguém tem complexo de feiúra ou de inutilidade? Será que alguém se julga desprezado? Deus tem um plano para cada vida. Deus pode usar a sua vida; mais que isto. Deus quer usar a sua vida.
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