Lemos em Lucas 2.14: "Glória a Deus nas maiores alturas, e paz na terra entre os homens a quem ele quer bem".
Temos, em relação a esta glória, e em relação a este evento do Natal, pelo menos três pontos que gostaria ficassem conosco:
Primeiro, diz respeito a glória de Deus que nos foi revelada. O apóstolo João na sua primeira epístola ao falar da sua experiência com Cristo durante os dias do seu ministério, diz-nos: "Vimos a sua glória, a glória de Deus foi manifesta na pessoa de Cristo". E três coisas estão contidas naquela glória: a sua santidade, a sua sabedoria, e a sua bondade. Qualquer que seja o ângulo que tomarmos em relação a Jesus, descobriremos que Ele é santo. Nunca homem falou assim como este homem diziam seus adversários, depois de vigiá-lo por algum tempo.
Quando Ele falava, os escribas reconheciam que Ele tinha autoridade, porque a sua sabedoria vinha de Deus. Quando Ele via o homem sofredor e caído, estendia-lhe a mão, levantava-o, restaurava-lhe a vida e restituía-lhe o gozo e felicidade. Não podemos, portanto, discutir a santidade e a bondade de Jesus, mas esta é a glória que Ele manifestou.
Dois, quando pensamos na paz que Jesus trouxe, Paulo em Efésios capítulo dois fala da paz que Ele estabeleceu entre Deus e o homem. Mas esta paz só podemos receber mediante fé nele. Jesus estabeleceu a paz. Ele deu a sua vida para formar a ponte entre o homem pecador e o Deus santo. Ele estabeleceu a paz entre o homem e a sua consciência. Quando o homem tem paz com Deus, ele vai ter paz com seu irmão. As vezes demora, mas ele chega lá. Ele vai ter paz com seu irmão, e quando ele tem paz com seu irmão, terá paz consigo mesmo.
Esta tríplice paz, esta tríplice relação, caracteriza a profecia de Isaias quando disse: "Ele é príncipe da paz". Mas observemos o terceiro aspecto da glória do Cristo nas alturas, e a boa vontade dele para com os homens. Há pelo menos quatro coisas que encontramos aqui: primeiro, o fato que Ele aceitou o homem como ele é. Segundo, o fato que Ele santificou o homem naquilo que o homem tinha de pior. Terceiro, o fato que Ele era capaz de consolar os que choravam, e de levantar os abatidos. Quanto, na realidade, Ele trouxe a nós a bênção de glorificar a Deus na nossa humanidade por vestirmos a sua carne depois que Ele vestiu a nossa. Não podemos jamais nos esquecer deste fato.
Cristo aceitava as pessoas. Ele viu naquele homem sentado na coletoria, sabia que era explorador, mas desejou ajudá-lo. Convidou-o para segui-lo, e fez do coletor que explorava a tantos um servo fiel no caminho de Deus. Ele realmente santificou a natureza humana e os motivos humanos. Quando Ele viu aquela mulher que chorava a morte do seu irmão, imediatamente a consolou. Ele foi ao seu encontro. Ele lhe disse não chores, mas não apenas isto, Ele também chorou. (João 11:35)
Quando cremos num Cristo que assim se identifica conosco, não podemos fazer outra coisa a não ser amá-lo e desejar segui-lo. Isto é Natal, é o espírito do Natal.