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OS QUATRO TIMES DA FÉ (PARTE FINAL)

Passemos agora ao meio de campo: Abraão, Isaque e Jacó. Do trio do meio de campo temos a influência da vida de família na formação e no crescimento da fé. Temos aqui: pai, filho e neto. O nome Abraão quer dizer “pai da multidão”. O nome Isaque quer dizer “riso”. E o nome Jacó, “suplantador”. Abraão foi o chefe, foi o exemplo. Ele saiu sem saber para onde ia. Ele era tão grande que quando o cumprimento da promessa, Isaque, lhe foi pedido, ele, ao ser tentado na sua fé, não duvidou em dar a Deus o seu filho, o seu único filho, o filho da promessa. E a sua fé tinha chegado a um ponto tal, que ele estava absolutamente convencido de que, se Deus deixasse morrer o filho, Ele o ressuscitaria. Temos aqui um dos grandes homens, que no sacrifício do que de melhor tinha, provou a grandeza do seu amor a Deus. Para Abraão, a Palavra de Deus estava acima de todas as coisas. Estava acima do seu próprio filho, do seu único filho. Ele está muito bem situado no time da fé, no centro do campo da fé.

É maravilhoso vermos Isaque, filho de Abraão, este Isaque que ilustra uma vida de paciência e calma. Este Isaque que, por ocasião da controvérsia dos poços que ele havia construído, nunca perdeu a calma. Ao contrário, enfrentou seus adversários com sorrisos, olhando nos seus rostos e marchando adiante. Isaque, filho de Abraão, é uma herança legítima. Neste trio que forma o meio de campo, aparece este homem controvertido mas maravilhoso, que nós chamamos Jacó.

Lembremos que Abraão teve dois nomes: Abrão, pai elevado, e Abraão, pai de uma multidão.Examino no meu livro, “O Judeu Chamado Abraão”, o sentido da mudança do nome. Mas aqui, em relação a Jacó, acontece o mesmo: Jacó é o suplantador, mas o homem que venceu o Vau de Jaboque foi chamado Israel, porque foi príncipe que lutou com Deus e prevaleceu. Vemos assim, na mesma família, três personagens realmente notáveis: Abraão, Isaque e Jacó.

No time de Deus não temos de olhar para baixo, mais para cima. Não podemos ser marcados pela nossa fraqueza, mas pelas vitórias santas do Senhor. A promessa diz que nenhum crente genuíno será tentado além da sua capacidade de resistir. O escritor de Hebreus nos manda resistir até o sangue. Pedro caiu, chorou e levantou-se. Não passou o resto de seus anos a chorar, mas levantou-se para trazer de uma só vez quase três mil almas ao rebanho de Deus.

Uma das funções do participante do time número quatro da fé; é a de ajudar aqueles que estão caídos. Somos uma espécie de pronto socorro de Jesus. Tiago declara que aquele que traz uma alma de volta a Deus salvará da morte esse pecador, e fará com que muitos pecados sejam perdoados (Tiago 5.20).

Entramos agora na linha dianteira com cinco desafios aos participantes do quarto time da fé. Caminhos retos no dia a dia e santificação em Cristo; são os dois fatores na extrema direita do conjunto. A felicidade está ligada à santidade. Na versão moderna da Bíblia que traduz Gênesis capítulo 4, lemos de Caim: “Se você estivesse fazendo o que é certo, estaria sorrindo”. É parte do diálogo de Deus com o assassino de Abel. O sorriso; diz Deus, estará sempre ligado a uma vida de pensamento limpo e santificado. Deus prometeu entregar a terra ao povo mediante o compromisso de santificação. Por meio da santificação, o Espírito Santo torna o homem semelhante a Cristo.

O jovem que fora ganho por um amigo de trabalho caiu enfermo. O amigo queria ter certeza de que ele estaria em condições de subir à presença de Deus, caso fosse convocado à gloria:

-- Mário, se Deus chamasse você à Sua presença estaria certo de poder subir até lá, sem qualquer pecado que perturbasse a sua paz? O jovem sorriu bem alto, ainda na dor, disse:

-- Sei que Jesus é santo. Sei que qualquer pecado haveria de transtornar meu céu. Por isso; esteja certo, sinto-me em paz com Jesus, e sempre me santifico nele pelo Espírito Santo.

“Segui a paz com todos e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor” (Hebreus 12.14), é testemunho solene. A santidade gera sorrisos, e a santidade gera a paz. Se alguém está sempre a brigar, vigiemos, pois haverá alguma coisa selvagem por detrás do nervosismo.

Estamos agora em condições de ver os dois últimos elementos que nos ajudarão na vitória total, como time da fé: Vitória sobre as amarguras é o fator decisivo. Os garotos tinham brigado e a mãe queria que se reconciliassem ante de dormirem. “Mãe, disse o mais velho, eu o perdoo para dormir em paz, mas amanhã ele vai me pagar pelo que fez”. Muitos vivem em tristeza ao redor de nós porque não podem perdoar e esquecer. Guardam e sofrem.

Em o quarto time da fé o goleiro chama-se “alvo definido”. Paulo falava contra aqueles que balançavam de um lado para o outro soprados por doutrinas estranhas. O alvo definido chega ao homem na calma da sua decisão, consciente de seguir a Cristo: Pedro, André, João, Bartolomeu e os apóstolos em geral aceitaram o alvo proposto em quietude e paz. Paulo o recebeu depois de ter sido lançado do cavalo ao chão e de sentir que a luz dos seus olhos se fora. Outros teimam em lutar contra Deus, mas a vitória e a definição do alvo vem por um gesto de fé.

Uma jovem veio em busca de conselho: “Aquele que vem a mim de maneira nenhuma o lançarei fora”, foi dito por Jesus e Ele está pronto a salvá-la. “Pois eu O aceito, pastor”. Aquela jovem se tornou verdadeiro esteio no serviço da sua igreja. O alvo foi colocado pela fé em Jesus, e seus passos firmados para sempre. Firmeza é o nosso primeiro zagueiro. Firmeza contra o pecado que nos assedia tenazmente. Firmeza nas decisões da corrida da fé. Firmeza na perseverança. Firmeza no caráter e no testemunho.

Perguntamos há dias numa reunião informal de estudo bíblico: será fácil ou difícil ser cristão? Venceu o caminho das dificuldades e um dos jovens declarou: “Eu por mim posso dizer que é difícil demais no campo do meu trabalho”. Daniel achou difícil servir a Deus e foi firme até na cova dos leões. O segundo zagueiro é o mais importante fato na vitória do time da nossa fé: “Olhando firmemente para Jesus, autor e consumador da nossa fé”. Se, tivermos um alvo, e se firmarmos nossos pés e contemplarmos para sempre a Pessoa do Salvador, estaremos no caminho certo da vitória.

Passemos agora a nossa linha média do time da vitória da fé. Firmeza é a marca primeira desta coluna de fé. Disciplina é o centro médio. Talvez nenhuma necessidade no caminho do cristão ultrapasse a necessidade de disciplina.

Uma jovem me escreveu há dias: “Sinto meus pensamentos perturbados. Penso muito naquilo que não devo”. A carreira do cristão só será vitoriosa se ele conseguir entender a disciplina do sofrimento, a disciplina do testemunho, a disciplina do uso do tempo.

Uma mãe tinha dois filhos na guerra e orou a Deus com voz de comando: “Quero de volta meus dois filhos de qualquer forma”. Quando a encontrei, os olhos estavam marcados pelas lágrimas, e sua declaração: “Pastor, eles voltaram, mas embriagados e debochados. Sinto que tentei a Deus”. A indisciplina na correção foi o mal daquela senhora. A submissão a Deus no sofrimento gera a disciplina da vitória. A tristeza de hoje pode nos levar a reflexões valiosas, e nos dar uma tristeza santificada.

Precisamos de disciplina no trabalho, no testemunho e na vida da família. Da vida disciplinada partem luzes para um equilíbrio em Cristo. A disciplina nos livra do fanatismo e nos guarda da queda.

Marchamos agora para o campo da restauração de mãos e joelhos caídos. “Tantos que corriam bem; de ti agora longe vão”... Esta a expressão de um autor sacro, que marca muitas pessoas no mundo em que vivemos.

“Quantos que corriam bem Já não contigo vão Outros seguem, mas também Frios, sem amor estão.” (Cantor Cristão 164 - Letra de William Edwin Entzminger)

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