A expressão ocorre em Isaias 7, e traz ao homem um dos grandes desafios da Bíblia. O profeta Isaias se encontrava diante de um rei muito idólatra de nome Acaz. Deus resolve desafiar o rei pagão por intermédio de seu profeta. Eis a sua palavra:
“Pede para ti ao Senhor teu Deus um sinal; pede-o ou embaixo nas profundezas ou em cima nas alturas. Acaz, porém, disse: Não pedirei nem tentarei ao Senhor. Então ele disse: Ouvi agora, ó casa de Davi: Pouco vos é afadigardes os homens, senão que ainda afadigareis também ao meu Deus”? (Isaias 7.11-13).
Deus não põe limite ao seu poder e traz a palavra profética em termos de desafio: Pede um sinal nas alturas ou no mais profundo dos abismos... O caminho é seu, o campo do meu poder não reconhece limites.
Acaz não desejava sinal algum. Ele talvez tivesse uma razão até bíblica. Alguém sugere que tivesse diante dos seus olhos o texto Deuteronômio 6.16: “Não tentarás ao Senhor teu Deus”.
Talvez Acaz desejasse fazer o profeta sentir o quão ele era e como respeitava e temia a Deus. Mas poderia ser também que Acaz não aceitasse o desafio do pedido, pela dúvida do seu coração quanto ao efetivo poder de Deus naquela circunstância. Podia ser que estivesse tentado a não embaraçar a Deus por algo impossível, dentro do raciocínio do seu coração perverso.
Alguns dos intérpretes desta passagem dão-nos de forma clara algumas das possibilidades por detrás da atitude do rei interpelado pelo profeta de Deus.
Acaz já estava em aliança com a Assíria; e inteiramente convencido que tal aliança lhe traria proveito; sua aliança tinha sido feita em segredo, mas disse Deus estar ciente, pois nada está oculto aos olhos do Senhor. No seu pensamento racionalista, Acaz julgava que havia expedientes para a sua defesa, como o desvio dos suprimentos de água e a fortificação da cidade. Pobre Acaz!
Uma operação de Deus poderia também significar a conversão de muitos dentre o povo, prejudicando o poderio político de Acaz, o que não lhe parecia convincente.
Acaz tinha ainda receio de ver o milagre de Deus e ser quase que constrangido a deixar seus caminhos de erro para adorar o único Deus e poderoso Senhor.
Podemos ver no texto e contexto algo de quão terrível e enganoso é o pecado da incredulidade. Acaz estava farto de lutar contra os homens e agora se arvorava em lutar contra Deus. Sim, porque não queria abrir mão de sua vaidade e do seu poderio político.
Deus não havia de perder a parada e ordena um sinal. Sem contender com o homem, Deus atesta sua vontade soberana e perfeita.
Os séculos deixaram Acaz para traz. Mas os homens continuam preferindo as batalhas entre si mesmos com seus exércitos e com seus planos e armas, e cresce a onda de racionalização e diminui o caudal da fé. Aumentam desacertos na preparação direta dos desvios.
Mas Deus continua de mãos estendidas a nos desafiar. Pede um sinal... No céu ou na terra, de qualquer tamanho... Não há impossíveis para mim, o Senhor.
Amigo, a oportunidade é tua, e o privilégio também.