Sermão pregado na Igreja Batista da Tijuca, atual Primeira Igreja Batista no Andaraí em 07.07.1954
Vimos domingo algo sobre Jesus como a Luz perfeita que alumia o caminho dos homens. Hoje consideraremos Jesus como o Pão da Vida. A declaração é dele próprio. Continuamos assim a pensar em Jesus como a absoluta necessidade do homem.
I - EU SOU O PÃO DA VIDA: SUPREMA NECESSIDADE
O Professor J. A. Carlson escreveu um livro intitulado "Your Body; seu corpo” no qual dizia: "Um pássaro comum pode passar 9 dias sem comer; um homem 12 dias; um cão 20 dias; uma tartaruga 500 dias; uma cobra 800 dias; um peixe 1.000 dias; alguns insetos 1.200 dias. O mesmo professor acrescenta, um pouco mais adiante: O corpo em fase de decomposição varia em suas perdas. As gorduras desaparecem na proporção de 97%; o cérebro em 35%; o fígado em 54%; os rins em 26%; pulmões 15% e ossos na proporção de 14%.
Do relatório desse professor tiramos duas lições altamente preciosas:
1) Varia o tempo da necessidade dos alimentos, mas todos têm dele necessidade.
2) Quanto mais alta a escala zoológica mais necessidade de alimento. Se um inseto sem valor pode durar 1.200 dias sem ingerir alimento, um homem nos 12 dias já está pedindo socorro.
3) "Eu sou o pão da vida, ou seja “eu sou vossa absoluta necessidade”. Ao mesmo tempo estou ao vosso alcance.".O pão é necessário tanto ao rei quanto ao servo. Estando na cidade ou no campo é comido a qualquer hora.
O pão é indispensável. Jesus como o pão é indispensável.
II - EU SOU O PÃO DA VIDA: EM CONTRASTE AO PÃO E PEIXE QUE COMESTES ONTEM E EM CONTRASTE AO MANÁ QUE VOSSOS PAIS COMERAM.
1. Ali estava o povo que pensava exatamente como pensam os padres do dogma católico da transubstanciação. Dizem os teólogos romanos que o pão da Eucaristia é transformado em carne e sangue e divindade de Jesus. Jesus torna-se assim ubíquo, isto é, em diversos lugares ao mesmo tempo.
Por outro lado, Jesus torna-se vulgarizado, estando ao alcance da mão do sacerdote que o traz do céu a qualquer tempo em que julgar necessário. Até a pouco tempo só havia missas pela manhã, agora pela manhã ou a tarde.
Além do mais a Ceia do Senhor foi desfigurada na idéia católica por força do dogma. Os homens não mais participam do vinho porque no pão o Cristo está completo.
Meus amigos, ao declarar "Eu Sou o Pão da Vida", Jesus queria declarar que era a única esperança, a única razão de ser para as vitórias do espírito. "Eu Sou o Pão Vivo que desceu do céu". Não pão de trigo para ser machucado por político e falsos fiéis. "Eu Sou o Pão Espiritual que transformo e regenero os corações".
2. A segunda ideia que Jesus salienta se prende ao fato de que ele não era semelhante ao maná. O maná foi uma provisão temporária da parte de Deus para com o povo que atravessava o deserto.
III - EU SOU O PÃO E DOU VIDA ETERNA
1. Eu alimento aquilo que permanece. Há duas maneiras de se viver. A primeira maneira é viver segundo os prazeres da carne. O homem é escravo dos seus sentidos. Todos os seus desejos visam satisfazer seus apetites imediatos. Nada que faz é permanente. A estes o apóstolo Paulo exorta em Romanos 8.5-8 quando coloca nos devidos termos a vida da carne em contraste à vida do Espírito. Jesus confirmou esta verdade ao dizer: "A carne para nada aproveita..." - João 6.63.
2. A segunda maneira de viver é aquela que depende de Deus e que vive no Espírito. O Espírito não tem idade. O Espírito não envelhece. O Espírito não se cansa, mas permanece sempre lúcido.
O menino que vive de gulodices poderá passar a vida inteira sem nunca se satisfazer; mas aqueles que obedecem às leis do corpo estes têm prazer permanente.
Um autor internacional descreve os tipos de pão que encontrou em diversos países. Entre os pobres da Suécia ele encontrou um pão de centeio misturado com aveia e cevada, duro como pedra.
Em parte da Sibéria o pão é preparado com o pior restolho do trigo. Em alguns lugares da Itália o pão era uma mistura de castanhas esfareladas e cozidas. O arroz moído constituía a base do pão em muitas partes da China e Índia.
Quando vejo as inovações criadas pelos homens: inovações da igreja romana; inovações espiritista, são pães de outra espécie.
- Pão, não bolo - simples.
- Pão, não bolo - universal.
- Pão, não bolo - indispensável.
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