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OS QUATRO TIMES DA FÉ – Parte III

Temos agora na linha de frente uma mulher. O seu nome é Sara. E vale apenas nós pensarmos nesta mulher que, ao inicio, não tinha uma fé desenvolvida. E nós observamos que chegou um ponto em sua vida quando ela começou a duvidar de Deus. E quando Deus disse que o filho iria nascer ela, olhando para si mesma, começou a sorrir e dai veio o nome de Isaque, como sendo em virtude do seu sorriso.

Esta Sara que sorriu, não entra no time da fé por causa da sua dúvida, mas por causa da sua mudança de atitude. Não é pela dúvida que nós somos coroados, é pela fé. Ela sorriu no principio, e ela lembra-nos a todos que alguém que tenha caído não precisa de modo nenhum ficar para sempre caído. Precisa levantar, deve levantar. Sara aparece neste primeiro time da fé. Ela simboliza de algum modo a emancipação da mulher que o cristianismo trouxe, a emancipação verdadeira, a emancipação honesta, a emancipação de uma mulher que levantou-se para alegrar a Deus. Sara ilustra a obra de Deus no coração de alguém que, tendo duvidado, pôde chegar a crer. Eu repito: Deus não realiza as suas maravilhas através das nossas dúvidas; mas na nossa capacidade de crer.

Temos agora Esaú, aquele homem que sofreu tanto e que no capítulo 12.16-17 de Hebreus, é focalizado como o homem que buscou lugar para arrependimento pelo choro, mas não o encontrou. Temos observado, entretanto, pela leitura de Gênesis, que Deus não lhe negou parte da bênção. Ele conseguiu ainda uma parte da bênção e isto muito nos alegra. Ele conseguiu ainda fazer as pazes com seu irmão Jacó, mais tarde Israel. Conseguiu ainda realizar alguma coisa. Mas, este homem Esaú, que eu diria, recebeu o cartão amarelo no futebol moderno do Brasil, este Esaú foi um homem que não conseguiu segurar toda a bênção. Lamentavelmente, há muitos Esaús no mundo de hoje. Muitos crentes que não creem completamente. Muitos crentes que declinam; que descem; que caem; que descuidam e que perdem os privilégios que Deus quer dar. Ainda assim, ele aparece em linha. Aparece como ponto fraco no time de Deus. Como eu gostaria que em cada igreja do Senhor não houvesse ponto fraco. Mas, tenho que reconhecer que na prática sempre existe esse ponto fraco.

Temos agora José, o tipo de Jesus, (1) o moço puro, o moço que foi provado com cadeias e grilhões. O moço que foi colocado na masmorra, o moço que foi desprezado pelos seus irmãos, mais que pôde enfrentar a tentação e sair vitorioso. O moço que pôde se deixar levar por Deus para um livramento do seu povo. Um grande central de ataque esse José, o salvador do mundo de então, a exemplo de Jesus. E os seus dois filhos vão para extremas (direita ou esquerda): Efraim e Manassés. Notamos que, na realidade, Manassés é o filho mais velho de José, mas ele perdeu para Efraim no sentido da bênção. E a descrição das bênçãos de Jacó é muito interessante de se ler, porque temos aqui algo da graça de Deus e da soberania de Deus: Jacó, ao dar a bênção, trocou a ordem das mãos, e José quis corrigir, mas Jacó insistiu em fazer assim porque assim é que deveria ser feito, consoante instruções que Deus mesmo colocara no seu coração de patriarca.

A palavra Efraim quer dizer frutificação dupla. Estes dois filhos de Azenote, esposa de José, haveriam de trazer uma ascendência natural, e no capítulo 48 de Gênesis adquire a grande bênção. Os dois então completam o que nós chamamos o primeiro time da fé. Como eu gostaria que cada crente no Senhor Jesus observasse esses onze jogadores e se colocasse de corpo e alma diante de Deus, a exemplo daqueles que trilharam no time da fé e que honraram o Senhor.

Vamos agora passar ao time número 2:

Moisés, Josué, Raabe, Gideão, Baraque, Sansão, Jefté, Davi, Samuel, Isaias, Jeremias.

Moisés aparece como goleiro. Outro de caráter maravilhoso. Um homem que nasceu num período de perseguição, de horrores, de lutas, de rejeição. Mas este homem Moisés atingiu uma grandeza que nos desafia e nos encanta.

Passemos agora a outro personagem, que eu chamaria de zagueiro direito, ou seja, Enoque. A palavra Enoque quer dizer: iniciado, ou aquele que inicia ou que é dedicado. E temos nesse personagem a iniciação da vida de fé. Ele para o mundo foi algo maravilhoso que Deus fez; e este homem ilustra que, ao final da vida inteira de dedicação e de santidade, sofreu uma transmutação para o reino de Deus. Ele, diz o texto (Genesis 5.21-24), andou com Deus e ficou realmente semelhante a Deus. Ele agradou a Deus e por isso desapareceu. Desapareceu do mundo, mais ficou no meio do povo. A fé foi a raiz da excelência do seu caráter. É impressionante que Deus tivesse permitido que entrasse no time da fé, em primeiro lugar, um homem de vida tão transitória e tão passageira como Abel, e logo em seguida um homem dedicado, um homem de vida espiritual. Talvez o chamássemos de um intercessor, um homem que gasta tempo em oração.

Mas, vem agora o seu companheiro, o homem da zaga, que diríamos, ou seja, Noé. A palavra Noé quer dizer começou. Noé era um homem diferente. Ele viveu numa época de desobediência, mas permaneceu fiel. Ele foi, de acordo com as observações de Pedro, um pregador da justiça, mas a sua pregação não foi aceita. Mas o fato de sua pregação não ter sido aceita não o desanimou no seu trabalho, nem na sua dedicação. Noé ia construindo a arca; ia pregando o Evangelho, sendo desprezado pelos seus ouvintes, mas, naqueles 120 anos, aquele homem não perdeu a calma e não perdeu a paciência. Quando dizemos que alguém é um tipo de Cristo, estamos dizendo que uma pessoa no Antigo Testamento se comporta de uma maneira que corresponde ao caráter ou ações de Jesus no Novo Testamento.

Prumbul tem um livro, ou melhor, dirigia um escrito, um folheto que ele intitulou “Descanso da Fé”. É uma preciosa verdade. A capacidade que alguém tenha de entregar a Deus os seus cuidados e descansar. Diz o hino tradicional: “No cuidado louva a Deus, e deixa-lhe”. Este hino tem sentido, o cuidado aos pés de Deus. Muitos oram e pedem, mas não creem para descansar.

Noé é o terceiro elemento do primeiro time. Ele foi um homem que soube descansar em Deus. “Descansando, nos eternos braços do meu Deus. Estou seguro, descansando no poder de Deus” (Hino 314 do CC).

Vemos assim que o herói do trio é Deus mesmo. Deus, naquele homem de vida passageira, Abel. Deus naquele de vida espiritual, o grande Enoque. E Deus maravilhosamente representado neste servo que soube descansar. Se alguém não é intercessor, não pode ser julgado por isto, porque todo e qualquer que tenha aprendido a descansar na fé; atinge uma estrutura de nobreza. (CONTINUA)

 
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