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OS QUATRO TIMES DA FÉ – Parte I

Gostaria realmente de lembrar que os quatro times da fé compreendem uma leitura bíblica a partir de Hebreus 10.38, cobrindo todo o capítulo 11, e projetando no capítulo 12 até a altura do versículo 17. A extensão dos textos pode parecer um pouco além do normal para uma simples mensagem, mas quero que isto se transforme num verdadeiro estudo bíblico que venha nos dar um retrato mais ou menos completo daquilo que consideramos fé. Há uma necessidade maravilhosa de estudarmos o verdadeiro sentido da fé cristã. Há dias, assistindo a uma aula da Escola Dominical, observei a ênfase que se dava ao perigo da ansiedade. Perguntei então o que o professor considerava como sendo ansiedade e qual a sugestão que dava para desfazer a ansiedade.

É interessante que nem sempre pensamos na prática da fé, mas ficamos como que na teoria da fé. E muitas vezes os problemas se multiplicam exatamente porque não aceitamos a palavra de Cristo, em Marcos capítulo 11, quando ele diz que tudo quanto nós pedimos em fé, devemos crer que recebemos, isto é, que já recebemos, e então nós teremos aquilo que foi pedido. Desta garantia antecipada de que alguma coisa vai acontecer, é algo que merece o nosso estudo e a nossa consideração cada dia.

Observe que no capítulo 10.38 ele nos dá realmente a receita da verdadeira vida. O justo pela sua fé viverá; o justo não existe apenas, ele tem um objetivo, e tem o estímulo para viver, e essa vida do justo se constitui no dizer deste capítulo 10 de Hebreus, no próprio prazer de Deus. Deus tem prazer em observar alguém que pode crer nas suas promessas, aceitá-las, guardá-las e, sobretudo, segui-las.Observe a ênfase dada pelo autor de Hebreus neste capítulo 10.38-39. Ele diz: “O meu justo pela fé viverá. E se retroceder nele, não se compraz a minha alma”.

Agora, passando desta concepção, o autor entra no capítulo 11 para dar a verdadeira ilustração da fé. Há um perigo em nós se ficarmos na teoria. É lamentável quando alguém estuda, mas não sabe praticar o que estudou. Observe neste capítulo 11que a fé aqui descrita é a fé ligada à vida, é a ilustração do tema: “O meu justo viverá pela fé”.

Observe também, em primeiro lugar, que o centro desta fé é Deus mesmo; Ele se transformou no ponto de atração, agente e coordenador de ações de homens que lhe confiam o comando. Pela fé entendemos que o Universo foi formado pela Palavra de Deus.

Pela fé Abel ofereceu a Deus mais excelente sacrifício. Pela fé Enoque foi trasladado porque Deus o trasladara. Pela fé, Noé divinamente instruído e sendo temente a Deus... Pela fé Abraão... etc. A ênfase é toda dada a Deus. Deus é realmente o agente, o grande agente, o grande herói da fé. Mas, no capítulo 12.2, a ênfase se transfere para Jesus: “Olhando firmemente para o Autor e Consumador da Fé, Jesus, o qual, em troca da alegria que lhe estava proposta, suportou a cruz, não fazendo caso da ignomínia, e está assentado à destra de Deus”. Vemos aqui que Jesus, pela sua entrega, se transformou no verdadeiro autor prático da fé na experiência humana.

Observe ainda, em segundo lugar, que os homens dos quatro times da fé que estou querendo formar, foram homens diferentes nas suas épocas, nos seus feitos e também nas suas atitudes. Aqueles homens assim diferentes tinham, entretanto, o ideal superior a este ideal sempre ligado a Deus. Neste sentido, eles eram iguais. Nas demais atitudes, diferentes. Por exemplo: Isaias tinha muita cultura, e nós disso sabemos. Mas, Amós era um simples boiadeiro. Ele chama atenção a este fato sobre si mesmo. Não obstante, os dois estão no mesmo nível no que diz respeito ao serviço que prestaram; no seu ideal, que era a obediência a Deus.

Observe ainda nesta relação dos heróis da fé, uma série de escolhas: Eles tiveram certas oportunidades e escolheram outro caminho. Nós somos chamados, realmente, a uma vida de escolhas. Eu fico impressionado por esta declaração a respeito de Abraão: “Saiu sem saber para onde ia.” Então ele escolheu a obediência a Deus, ainda que não tivesse uma direção diante dos seus olhos, que não tivesse um contrato que contivesse as ofertas de Deus para o seu coração. Quando ele foi posto à prova no tocante a Isaque, ele alegremente escolheu as promessas, diz o verso 17 do capítulo 11, e considerou que Deus era poderoso até para ressuscitá-lo dentre os mortos.

Estes homens aceitavam os desafios. E aceitavam esses desafios porque a escolha que faziam, ainda que não pudessem entender na realidade os fatos presentes, era por continuarem obedecendo a Deus .

Vejam o que diz de Moisés: “Pela fé Moisés apenas nascido, foi ocultado por seus pais, durante três meses, porque viram que a criança era formosa; também não ficaram amedrontados pelo decreto do rei. Pela fé, Moisés, quando já homem feito, recusou ser chamado filho da filha de Faraó, preferindo ser maltratado junto com o povo de Deus” (Hebreus 11.23-24).

O que está sendo dito aqui é que Moisés, não obstante o sofrimento que lhe seria infligido pelo povo de Deus, ele preferiu estar no meio desse povo e com o povo, do que trair o recado e o conselho de Deus. Uma atitude de grande nobreza, de grande maturidade. Uma atitude clara de um caminho retilíneo de um homem que amava a Deus e que a Deus se entregava. (continua)

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