NOTÍCAS ESCOBAR - Fevereiro de 1974
Dignas de meditação as diversas tríades do mundo em que vivemos.
Jesus descreve em Marcos 4.28 o desenvolvimento do grão em três estágios: Erva, espiga e então o grão cheio. Há um desenvolvimento da espécie numa sequência preestabelecida pelo próprio Criador.
Olhando uma pétala de rosa descubro sempre três fatos distintos: a cor, o perfume e a forma, marcando, entretanto, uma só pétala! Ao passarmos ao reino de nós mesmos encontramos a mesma similitude em tríplice disposição. O homem é cabeça, tronco e membros. Um homem com três andares. Os mesmos três andares se espalham na contextura espiritual do homem da qual o apóstolo destaca o espírito, a alma e o corpo. Um homem, três elementos – 1Ts 5.23.
No campo da Teologia o assunto sobe às alturas de Deus. Ali se repete a grandeza do três em um e um em três. Pai, Filho e Espírito Santo. Um Deus que se manifesta em três pessoas distintas. O grande mistério, numa experiência inegável, vivida por todos os crentes.
O homem animal é pó e voltará ao pó – Gn 2.7 e 3.19.
A evolução religiosa do homem marca em primeiro lugar seu encanto com a natureza e seu apego a si mesmo, que passa a adorar; finalmente seu encontro com o superior, Deus, a quem busca e em quem se realiza na pessoa de Jesus Cristo o Salvador. Na primeira fase o homem vive para os instintos. É o animismo puro e simples. Por vezes ele pode chegar à escola e até se diplomar dela. Mas não passa no campo religioso de um selvagem engravatado. Mandam os instintos, comandam os sentimentos inferiores.
O homem pode adquirir cultura, receber diplomas e aceitar a ideia da presença e comando de Deus no universo. Ele chega mesmo a adorar a fé cristã e bate no peito como um cristão autêntico. Ele ora eventualmente, melhor, reza no seu modo de entender a religião.
Repete a cartilha do catecismo, repete o que outros disseram sobre a Bíblia e sobre o Homem de Nazaré. Surgem os maiores elogios à pessoa de Cristo: Ele é sábio, é grande, é maravilhoso... Mas é sempre o homem, sem o hífen mais importante da língua, na expressão Jesus - Cristo. Jesus é o Deus encarnado, o homem Deus; Cristo o ungido eterno, o Messias presente no mundo, Deus entre nós, Jesus-Cristo.
Se pudesse usaria uma figura convencional: No primeiro caso, o homem natural, animista, há uma ignorância a respeito de Deus. Ele representa o motorista autocrata, que dirige o carro sozinho, sem admitir ordens superiores. No segundo caso, temos o homem que admite a pessoa de Deus, mas leva-o na boleia do carro. É Deus para as emergências da vida, os momentos de conflito e dor. Para tais grupos a vida termina com a sepultura. Há mesmo uma resignação irracional: O futuro a Deus pertence e com ele não me incomodo.
Graças a Deus temos um convite à vida do terceiro andar.
A vida do terceiro andar representa a vida sob o comando de Deus, como revelado em Jesus-Cristo e na Pessoa do Espírito Santo. É o homem que se esvazia para que Deus domine os seus movimentos. É o homem que busca a presença de Deus e se amolda à Pessoa de Deus. É o homem que tem prazer na lei de Deus e “nela medita de dia e de noite”. É o homem que ora, não uma oração repetida, que algum outro escreveu em noutro tempo, mas a oração de uma comunhão entre o Filho e o Pai, numa comunhão de amor
Somente a vida do terceiro andar pode ser aplicada dentro do contexto de Paulo apóstolo em sua segunda carta aos Coríntios no capítulo 5: Porque sabemos que quando for destruída esta barraca em que vivemos, que é nosso corpo aqui na terra, Deus nos dará uma casa lá no céu para morar e esta casa foi Ele mesmo que fez e ela dura para sempre (NTLH)
O apóstolo estabelece assim contraste entre o tabernáculo do deserto, que foi sendo seguido pelo povo, como tabernáculo do corpo que pode ser transformado pelo poder de Deus para uma vida eterna. É precisamente a vida eterna que Jesus Cristo veio oferecer aos homens, mediante arrependimento dos seus pecados e uma fé verdadeira em seu nome.
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